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O que a disputa pelo patrimônio de Zagallo pode nos ensinar?


TRIBUNA LIVRE

Weverton G. Rodrigues | 01/02/2024, 10:44 10:44 h | Atualizado em 01/02/2024, 10:44

 






Os três filhos mais velhos travam disputa com o caçula de Zagallo para definir a divisão de herança do ex-jogador | Foto: Reprodução Instagram @zagallooficial


Um patrimônio milionário e uma família em pé de guerra. O grande campeão Zagallo morreu no último dia 05 de janeiro, mas o que era para ser somente luto se tornou uma disputa entre os seus três filhos mais velhos e o caçula, Mário César. O único tetracampeão mundial de futebol nomeou o seu filho mais novo para ficar com a maior parte dos seus bens.


Além de metade do patrimônio, Mário César também teria direito à parte correspondente à divisão dos bens com seus irmãos (12,5%). Portanto, ele ficaria com 62,5% de tudo o que o Velho Lobo deixou. E aí a coisa complicou. O advogado dos três irmãos mais velhos confirmou que vai entrar na Justiça pedindo a anulação do testamento.


Toda essa disputa poderia ter sido evitada se tivesse sido adotada a chamada “holding familiar”, que é uma organização na qual os bens são transferidos de um CPF para um CNPJ.

Ela permite uma série de estratégias que facilitam o planejamento sucessório: seja na doação em vida das quotas, mantendo a reserva de usufruto, seja na mera transição da administração com plenos direitos. A holding também é mais segura e barata que outras formas de planejamento patrimonial, como doação e testamento.


Uma outra vantagem é pagar menos impostos. O Imposto de Renda de pessoa física, por exemplo, é de 27,5% anuais, enquanto que para Pessoa Jurídica a taxa pode cair até para 6%, como na área agrícola. É importante destacar que não existe um modelo de holding ideal e que o formato a ser adotado vai depender dos bens e dos objetivos do detentor dos bens.


Essa forma de organizar o patrimônio não é só para os ricos e milionários. Qualquer família que possua um patrimônio a ser preservado pode se beneficiar dessa estrutura jurídica.


Adotar a holding é uma medida preventiva e inteligente, já que é possível definir claramente as regras de sucessão e dividir os bens e as responsabilidades de cada membro da família.


Esse conjunto evita desentendimentos e conflitos no momento em que falece o patriarca ou a matriarca, trazendo segurança e tranquilidade para todos os envolvidos. A holding permite que os familiares tomem decisões conjuntas e planejem o futuro com mais segurança.


A adoção desse modelo de organização é ainda mais vantajosa no contexto da reforma tributária, já aprovada. Isso porque ela prevê o aumento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD), um tributo estadual sobre heranças e doações. Quem não opta pela holding, ainda pode ficar sujeito, a partir de 2026, à progressividade do imposto, que, no caso do Espírito Santo, não será mais fixo nos 4%, mas vai depender do montante que a pessoa tiver.


Estamos acostumados a ouvir em nosso País a frase “Depois que eu morrer, eles que se virem”, mas o caso de Zagallo, de desgaste emocional para todos, é um exemplo de que sempre é melhor pensar no futuro.

 





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